terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


A EAD e a Pedagogia da Transmissão

A aprendizagem por meio da educação a distância é um grande desafio para alunos e professores, acostumados ao modelo clássico de ensino – da sala de aula presencial. Esses dois são distintos no que tange ao paradigma comunicacional dominante: Enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao molde unidirecional, que separa a emissão ativa da recepção passiva, a EAD está inserida na perspectiva da interatividade, entendida como uma colaboração de “todos para todos” e como um ‘faça você mesmo” operativo. Acostumado ao modelo de transmissão de conhecimentos prontos, o professor muitas vezes se sente pouco à vontade no ambiente virtual, onde os aprendizes podem ser co-autores da comunicação e da aprendizagem.

 
A Pedagogia da Transmissão hoje

Atualmente, ainda prevalece o modelo tradicional de educação baseado na transmissão de conhecimentos para memorização. Paulo Freire, o maior educador brasileiro criticou intensamente esse modelo educacional. Ele dizia: “A educação autentica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com b.”
Embora haja resistência a mudanças no modelo educacional, podemos perceber algumas iniciativas neste sentido. Os educadores tem se preocupado em participar de cursos e treinamentos, buscando assumir posturas facilitadoras para o andamento de seus trabalhos.
Tentam, com isto, proporcionar melhores condições para troca de experiências, esclarecimentos de dúvidas, estimulando uma participação efetiva de todos no processo de ensino-aprendizagem.

 Reflexão

Quando usamos a Pedagogia da Transmissão, seja através das aulas tradicionais ou utilizando recursos da modernidade, fazemos com que a experiência fundamental dos participantes seja apenas “receber” o que lhes é oferecido, correndo o risco de se obter, como conseqüência, profissionais que passem a valorizar demais e a ter um “profundo respeito” às fontes de informação em detrimento da própria criatividade, e por isso mesmo com características mais conformistas, individualistas, pouco participativos e pouco cooperadores.
A reflexão sobre este fato leva-nos a pensar que apenas a transmissão de idéias e do passo a passo de uma técnica poderão trazer resultados pouco satisfatórios.  



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


“A pedagogia não caminha, ela faz caminhar!”

Quando falamos de pedagogia e sua aplicabilidade, estamos nos referindo a todos os processos relativos à ensino-aprendizagem das tecnologias que um determinado grupo elegeu como apropriadas para o seu sistema de produção.
Todos os processos de ensino-aprendizagem, bem como suas metodologias tem como base a pedagogia, isto é, uma concepção de como se consegue que as pessoas aprendam alguma coisa e, a partir daí, ampliem seus conhecimentos.
Por sua vez, a pedagogia escolhida, se fundamenta na epistemologia ou na teoria do conhecimento. As opções pedagógicas adotadas em determinado contexto evidenciam as ideologias e objetivos daquele grupo.

Pedagogia da Transmissão


 Este tipo de Pedagogia parte da premissa que o aluno é uma “página em branco”, sem vivências anteriores, onde o conhecimento escolar será escrito. Nela, o conhecimento e as idéias são o ponto mais importantes da educação e todo saber que o aluno precisa adquirir advém do professor e dos livros didáticos.
Tradicionalmente, a Pedagogia da Transmissão se apóia na exposição oral do professor, embora possa ser encontrada nos sofisticados multi meios tecnológicos usados na educação moderna.
A Pedagogia da Transmissão não está limitada nas situações da educação formal, podendo está presente em várias situações de aprendizagem, sendo caracterizada pelo estilo autoritário e vertical de transmissão, a falta de preocupação com o desenvolvimento intelectual dos alunos e etc. não coincidindo com as aspirações de desenvolvimento baseado na transformação das estruturas, o crescimento das pessoas e sua participação social plena.
transformação das estruturas, o crescimento pleno das pessoas
Como conseqüências desta pedagogia temos:

NÍVEL INDIVIDUAL
• elevada absorção de informação;
• hábito de tomar notas e memorizar;
• passividade do aluno e falta de atitude crítica;
• distância teoria e prática
• profundo “respeito” quanto às fontes de informação;
• tendência ao racionalismo radical;
• preferência pela especulação teórica;
• falta de problematização da realidade.

NÍVEL SOCIAL
• adoção inadequada de informações científicas e
tecnológicas de países desenvolvidos;
• adoção indiscriminada de modelos de pensamento
elaborado em outras regiões (inadaptação cultural);
• conformismo;
• individualismo e falta de participação e cooperação;
• submissão à dominação e ao colonialismo;
• falta de conhecimento da própria realidade e,
consequentemente, imitação de padrões intelectuais,
artísticos e institucionais estrangeiros;
• manutenção da divisão de classes sociais (“status quo”).


Acreditamos que já é do conhecimento de todos, ou pelo menos dos profissionais da Educação, quais as conseqüências/desvantagens geradas pela perpetuação dos modelos e sistemas de Ensino baseados no tradicionalismo arcaico.
A Pedagogia da Transmissão priva o aluno do desenvolvimento de capacidades e competências que, sem as quais, na atual conjectura sócio-política mundial em que nos encontramos, mesmo que consiga completar as várias etapas e níveis de sua escolarização, não alcançará uma efetiva participação, ou seria melhor dizer: não ocupará seu verdadeiro lugar de cidadão crítico, com capacidade e autonomia para filtrar e interpretar corretamente as informações que são apresentadas, superar os problemas que a vida lhe impõe, refletir sobre as suas ações e a dos outros, sendo capaz de indignar-se com as injustiças que lhes são impostas e refletir/agir a respeito, criando possibilidades para superar as situações adversas e não se deixar subjugar pela massa opressora, que tem a Pedagogia da Transmissão como ferramenta de consecução de seus interesses.